Aos amigos gregos peço desculpas por qualquer mal
entendido no que escrevo a respeito da língua e cultura Helênica. Gostaria
também de explicar a quem se interessar que morei 7 anos em Atenas, fui aluno na
Escola Nacional de Tecnicas Orquestradas (Dança) responsável pela formação de
grandes artistas desde sua fundação. Gratuita que todo ano perigava fechar por
questões politicas e de dinheiro.
Aviso que aquilo que coloquei nas próximas linhas pode não agradar, mas são
puras coincidências de outros seres que ainda sonham com épocas feudais, sem
generalizar, mas tamo caminhando pra pequinês que é o mundo.
Importante e devo dizer nesse momento politico aqui no Brasil, o que me
permitiu ir de encontro aos meus estudos na Europa foi o projeto de
financiamento de passagens aéreas feita pelo Minc.em 2007 no governo Lula,
presidente no qual apoiei pela segunda vez na época.
Aprendi muito nesses anos fora, não só a respeito do meu trabalho, mais como
funciona o sistema de relações politicas e sociais nos países que passei.
Compreendo que estão cada vez mais perto de um nacionalismo do que qualquer
outra troca justa social além muros. Na Grecia por exemplo existe pobreza,
sempre existiu. Marginais gregos não.
Na base da pirâmide estão paquistaneses, egípcios, iraneses, indianos,
etiopianos, filipinos, senegaleses, marroquinos, angolanos e muitos ciganos
romeno/gregos.
A convivência em qualquer espaço publico entre povos diferentes tem se tornado
uma agressão e um perigo para os mais conservadores cidadãos gregos. Parte da
cidade se desvaloriza para se expandir longe de guetos. Ouvi muitas vezes no
ônibus – Atenas precisa ser limpa dessa gente. Sim frase bem típica de Dona
Florinda querendo se livrar da gentalha com os dois pés bem cravados na mesma
vila. Entre outros absurdos existe um ranço muito grande entre Gregos e
Albaneses. A Grécia moderna foi levantada e abraçada por famílias Albanesas que
deixaram o seu país no auge da ditadura. Além de serem muito trabalhadores,
cooperativas albanesas distribuem ate hoje agasalho e alimentos para emigrantes
e refugiados em Atenas. Não desconsidero as Ongs gregas mais atuais claro.
Pra mim foi notável que gregos se adaptam melhor com russos e albaneses pelo
simples fato de serem brancos. Sei que nao é simples, mas eu vi e senti todas
essas coisas, o mais perigoso é que lá o partido fascista é legitimo, aqui no Brasil
so não escancaram no nome porque sei lá...
Entendam por favor, vou fazer uma tradução mais justa se alguém se sentir
ofendido.
Isso pra mim é um comparativo entre elites sociais com quem convivi. Fiquei
menos tempo na Alemanha, lá me chamavam de turco.