sexta-feira, 21 de abril de 2017

ALFABETO CEREBELO

VÓS QUE LEIS PLATÃO
E TAMBÉM JORGE AMADO
SABEIS QUE POETA MAIOR
É O NÃO LETRADO

É MAIOR O QUASE MUDO
O NÃO LEMBRADO
O NÃO LADRÃO DE MUNDO
O IMPOSSÍVEL DE SER AMADO

O ERRADO E O INFORTÚNIO
ANDAM COM ELE COLADO
TORNARAM-SE ADULTOS
E AÍ CADA UM PRO SEU LADO

UM DOS TRÊS APRENDEU A LER
E POR FIM COROADO
DE ROUPA NOVA ESTREOU DIZENDO
ME DEIXEI SER LAVADO

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Breve relato dos índios Geripankó


Pancaru Geritacó Calancó Uma Tatuxi de Fulô


Aprendi na escola que Pedro Alvares Cabral tinha outros nomes. Mais de 15. Desconfio que não foi coisa de batismo, mas sim uma gozação com os povos primordiais, pois é certo que antes mesmo dos faraós do antigo Egito, as famílias iam se sobrepondo umas as outras literalmente na terra. Culpa das inundações frequentes que impossibilitaram os povos avançarem além das margens do rio Nilo. Então ficaram estancados em um mesmo lugar durante gerações. O mesmo não ocorreu na Mesopotâmia, palavra grega para "entre rios". Pois devido ao clima favorável os povos que se estabeleceram às margens dos rios Tigre e Eufrates tiveram um desenvolvimento mais rápido em função do descobrimento da agricultura no período Neolítico (NovaPedra). Já no Egito, o aparecimento da agricultura é mais tardio que no Iraque devido a umidade demasiada que perdurou até os 5.000 a.c..


O motivo de acumular nomes para aristocracia subserviente a surgir, tem um sentido bem diferente do que tinham os povos anteriores a períodos dinásticos nessas regiões. O mesmo acontecerá no período pré-colombiano. Só não sabemos tais nomes, ou famílias porque também a escrita ainda não tinha nascido.


As pessoas tavam afim de viver e não de escrever nomes. A memória rã já tinha sido descoberta. No máximo quando paravam qualquer movimento para refletir, faziam um PIXÔ de um sol, do trigo e tal... ou liam um bom de um céu e seguiam. E todo mundo quer isso no fim. Mas hoje só fazem nos dias de folga.

Após as migrações pré-colombianas (50.000 a.c); após as famílias terem se tornando grandes aldeias; e depois do destroncamento delas terem se espalhado por toooda a América, chegando mais e mais famílias para regiões com clima favorável aqui no Brasil, igual como na Mesopotâmia, chegamos ao século XVIII d.c., onde conto agora a breve historia dos índios Gerinpankó e do Cacique Genésio, nome grego para Nascimento, ou nascido. O sobrenome dele era Pancaru Geritacó Calanco Uma Tatuxi de Fulô. Era a maneira de se lembrar da caminhada dos seus antepassado pelas Américas.


Genésio é quem nos conta as histórias de seu bisavô.

"Com pouco tempo entrou um Cavalcante, um revoltoso, para acabar com os índios. Ai, começou a maltratar os índios, batendo, matando.. Aí meu bisavô, por nome de Zé Carapina, viu os pais dele no cacete, morrendo, apanhando.. Aí correu. Quando chegou ao pé da serra, aí encontrou uma menina moça por nome Isabel. Ela ia da Capela para o Brejo.. Vá não, que o revoltoso esta lá acabando com tudo. Aí, ela juntou-se mais ele e correu.
Chegaram aqui , encontraram um fazendeiro por nome de Major Marques.. Ele pediu apoio, e ele deu: Você vá e procura um local. Chegou lá e encontrou uma fonte do Ouricuri. Água temperada, mas em todo caso é água. Ai, ficou."

Uma vez instalados na serra do Ouricuri os Geripankó passaram a viver o cotidiano de conflitos com as famílias poderosas da região. Zé Carapina criou sua família e formou a primeira geração de sua comunidade. Quando as terras do Ouricuri passaram a produzir, logo despertaram a cobiça dos poderosos. Quem nasce com a ciência e sem pêlo, ou apelo no corpo sempre será invejado.

" Ali, foram ajeitando.. Com pouco tempo ela deu uma produção. Deu o primeiro filho com o nome de Francelino, a segunda filha por nome de Maria, a terceira por nome de Ana e o quarto, por nome de José. Quando ele tava com os seus filhos tudinho, aí o fazendeiro chegou e encontrou ele já situado com uma roça. Na época da colheita já dava andu, a fava, o feijão-de-corda, a abóbora... Já tava tudo produzido. Aí o fazendeiro chegou - Mas Zé Carapina, você fez uma roça? Eu não autorizei uma roça. - Mas major, eu fiz isso porque já tenho a criança que precisa de comer.. e agente não tem outra comida - Mas você derrube a cerca que é pro gado comer a lavoura. - Mas isso eu não faço que é crime! Derrubo não ! O senhor quer derrubar, procure a justiça.
Agora, estamos lutando pelo resto da terra."

Para os Geripankós, a origem do confronto é marcada pela derrubada das cercas, ação que no meio rural é ápice na violência e na tomada da propriedade.
Encurralados pelas fazendas de gado, os índios são obrigados a entrar no jogo das relações mercantis. Para continuar vivendo na Serra do Ouricuri, a família de Zé Carapina é obrigada a mudar a forma de uso da terra. Como arrendatário ganhou mais conflitos com os donos de títulos, fazendeiros e latifundiários.
Seu trabalho foi explorado por Joaquim Antônio de Siqueira Torres ( Barão de Água Branca ) é descendente da família Vieira Sandes, que por volta de 1769 arrematou em leilão, na cidade do Recife, boa parte das propriedades do alto sertão de Alagoas.



*em breve colocarei um mapa do vale do Rio Chico com as localizações acima citadas. Desenhei um mas não pega na foto. 
* É interessante que Geri é palavra grega também. Pode significar tanto "velho" como "forte".
Temos que aceitar que palavras gregas foram adaptadas de povos muito mais antigos. São 50.000 anos de longas caminhadas.


terça-feira, 18 de abril de 2017

O Zoologico do mundo!




A semana da mulher passou. Nunca fui de dar feliz dia das mulheres. Sempre achei hipocrisia vindo da boca de alguns exemplares masculinos próximos a mim em diferentes fases da minha vida.
Ainda sim gostaria de homenageá-las denunciando a historia de uma africana, u
ma mulher que no inicio do sec. XIX fez sua primeira "viagem" a Europa. Historia já contada, não só por mim, e também não será uma grande novidade, enfim, essa postagem é de oito anos atras e agora atualizo e relaciono sua curta historia com uma geração de mulheres que se rebelam, pois exigem a fatura de cada filha, filho extorquidos outrora. 


Infelizmente a historia das grandes descobertas centralizou-se e foi assim catalogada na Europa pelos seculos XIV e sec. XV. Digo infelizmente por causa daqueles desatentos historiadores e descobridores que esqueceram de invenções muito mais antigas vindas de outras partes do mundo, ja bem redondo na época. E a Europa fez a fama em cima de muitas dessas descobertas. A seda nasceu na China a cinco mil anos atras, assim como o chá. Os nativos asiaticos criaram arados de ferro de porte leve e maquinas semeadoras, capinadoras e colhedoras, dois mil anos antes que os ingleses mecanizassem a agricultura. Inventaram também a bussola mil e cem anos antes que os barcos europeus começassem a usa-la. Em outro momento escreverei sobre coisas não catalogadas no Egito e Nubia.


Talvez uma das mais autenticas invenções vindas do "velho" mundo europeu foi o comercio da carne humana. E era usado para diferente fins: Trabalho escravo, sexuais, aparições em freakshows e usos experimentais/científicos que enriqueciam muitas teorias acerca da origem do homem, embasando outras sobre a superioridade de uma raça. Naquela altura dos acontecimentos o estudo de diferentes raças despertou a curiosidades de muitos. Para a sociedade européia não bastavam as figuras, o artesanato, os papagaios e as historias vindas do outro novo mundo. Era preciso presenciar o estranho, o exótico, o selvagem. Se o homem branco era a criação mais perfeita de Deus, aqueles outros que viviam além mares, seriam obras do submundo. O diferente sempre foi e sempre será perigoso e tentador. Mas os bravos e valentes descobridores e educadores do mundo, caçaram o talento da sul africana de Khoi, Saartjie (Sarah) Baartmann, conhecida como “Vênus Hottentote” que foi levada a força da África para ser exibida em feiras, circos e salas de espetáculo de Londres e Paris, entre 1810-1815. Suas nádegas ensejam, depois de sua morte aos 26 anos de idade, a dissecação e conservação dos seus órgãos sexuais, até o século XXI. A palavra Venus, por ironia, foi usada para batizar uma serie de estatuetas de figuras femininas. Bibelos feitos e reproduzidas por séculos onde se diziam que as partes femininas eram exageradamente fora dos padrões e por isso se espalharam por museus do mundo todo. 

Viso com isso evidenciar o racismo e o sexismo indubitaveis presentes no desejo voyeurista de consumo do corpo diferente, como modo de relação ambígua e perversa que é a historia da apropriação cultural-etnica que padecem até hoje os povos primordiais desta terra. 



Gostaria de adicionar a este post antigo um video que descobri semana passada. Nele fala a Dr. phd Marimba Ani sobre as relações do branco europeu com o negro africano, tema do seu livro Yurugu. Friso que a primeira Universidade surgiu na Africa e não em outro lugar.


Συγγνώμη για ολες τις φιλες


Aos amigos gregos peço desculpas por qualquer mal entendido no que escrevo a respeito da língua e cultura Helênica. Gostaria também de explicar a quem se interessar que morei 7 anos em Atenas, fui aluno na Escola Nacional de Tecnicas Orquestradas (Dança) responsável pela formação de grandes artistas desde sua fundação. Gratuita que todo ano perigava fechar por questões politicas e de dinheiro. 

Aviso que aquilo que coloquei nas próximas linhas pode não agradar, mas são puras coincidências de outros seres que ainda sonham com épocas feudais, sem generalizar, mas tamo caminhando pra pequinês que é o mundo.
Importante e devo dizer nesse momento politico aqui no Brasil, o que me permitiu ir de encontro aos meus estudos na Europa foi o projeto de financiamento de passagens aéreas feita pelo Minc.em 2007 no governo Lula, presidente no qual apoiei pela segunda vez na época.
Aprendi muito nesses anos fora, não só a respeito do meu trabalho, mais como funciona o sistema de relações politicas e sociais nos países que passei. 
Compreendo que estão cada vez mais perto de um nacionalismo do que qualquer outra troca justa social além muros. Na Grecia por exemplo existe pobreza, sempre existiu. Marginais gregos não.
Na base da pirâmide estão paquistaneses, egípcios, iraneses, indianos, etiopianos, filipinos, senegaleses, marroquinos, angolanos e muitos ciganos romeno/gregos.
A convivência em qualquer espaço publico entre povos diferentes tem se tornado uma agressão e um perigo para os mais conservadores cidadãos gregos. Parte da cidade se desvaloriza para se expandir longe de guetos. Ouvi muitas vezes no ônibus – Atenas precisa ser limpa dessa gente. Sim frase bem típica de Dona Florinda querendo se livrar da gentalha com os dois pés bem cravados na mesma vila. Entre outros absurdos existe um ranço muito grande entre Gregos e Albaneses. A Grécia moderna foi levantada e abraçada por famílias Albanesas que deixaram o seu país no auge da ditadura. Além de serem muito trabalhadores, cooperativas albanesas distribuem ate hoje agasalho e alimentos para emigrantes e refugiados em Atenas. Não desconsidero as Ongs gregas mais atuais claro. 
Pra mim foi notável que gregos se adaptam melhor com russos e albaneses pelo simples fato de serem brancos. Sei que nao é simples, mas eu vi e senti todas essas coisas, o mais perigoso é que lá o partido fascista é legitimo, aqui no Brasil so não escancaram no nome porque sei lá...
Entendam por favor, vou fazer uma tradução mais justa se alguém se sentir ofendido.
Isso pra mim é um comparativo entre elites sociais com quem convivi. Fiquei menos tempo na Alemanha, lá me chamavam de turco.

Atualização de Perfil, 2017




Faço parte de uma geração não mais invisível, que se rebela furiosamente. Invisível para aqueles, os donos de tudo e de todos. Expropriam a verdade e confiscam nossos sonhos. Amos do mundo e da guerra, que se revezam há milênios no topo da piramide social. Os mesmos que já castraram outras gerações.  Com suas proles de machos gananciosos que despeitados do feminino terra mãe se tornaram mais sanguinários. Para eles somos rebeldes com estupidas ideologias e que só engordamos os índices do desemprego e da criminalidade. Isso por que estudantes muitas vezes deixamos de ser e trabalhamos para tornar possível o sonho de bancos brancos americanos e europeus. Sonho da comunidade mundial, ou da escravidão globalizada. ELES fazem parte de um pequeno grupo, manipulando a ingenuidade dentro familias etnicas primordiais, podando toda criança que não aceita mais o espelho do adulto perverso. Assaltam países, organizam genocídios e controlam outros íntegros adultos através do medo. Assim vivemos escravos do medo. Medo da violência, do desemprego, da morte repentina por farmacos e receitas medicas. ELES, os pais da democracia, usurpadores da lei de auto-cura da terra,  inventaram suas leis, as regras e as colonias para satisfazer o Egο Coroado. Inventaram os carceres, a punição e a tortura para corrigir os que tem fome, os subversivos e os excluídos desse monetarismo patriarcal selvagem, também invetado por ELES.
Puta que pariu mundo!! É a minha mãe e ela é uma santa!!!